TRABALHO VÃO (?)
Avenor A. Montandon
No precipitar da aurora,
a silhueta tosca, claudica,
contrasta...
Esplendor de brilho, milagre em cor,
projeta ao solo
bizarra imagem do lavrador.
Carnes mirradas,
sacrificadas, alimentadas
de escassos grãos, de mais esperanças,
motivadas.
Indumentária em trapos,
filtrando o vento e os ardidos raios
do violento astro;
tampa a carne que escava o chão.
Panças verminóticas, ávidas de sustento,
mantém aceso o vigor que do suor extrai o leite.
Parcos tostões, nos intensos momentos
acumulados, dispendidos, (desperdiçados?)
em chochos grãos, pouco sal e frágil teto.
Jovem varão,
8º herdeiro da pouca raça,
pançudo, febril,
espera então...
vir do muque menos fé e mais pão.
Com chá de erva e da lua, força vital
ficar bom.
E sempre vem a recaída letal:
O organismo frágil perece. Em vão...
o chá, a lua, a fé,
Lutar por que?
Viver... viver?
Criar auroras, precipitar crepúsculos...
existir e só. Morrer!
Quem sou
segunda-feira, 5 de abril de 2010
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